A Galeria Diferença apresenta a 2a parte uma série de exposições individuais do artista Rodrigo Oliveira: Remake e Promenade Architecturale; Águas Livres e uns quantos blocos afluentes II.
Algumas notas sobre a exposição.
Esta exposição é antes de mais uma abordagem pessoal sobre a minha visita ao bloco das Àguas Livres em 2015 e uma reflexão sobre um projeto em particular que ficou parado desde 2001, como se estivesse numa longa fila de trânsito e que só agora pudesse fluir no seu trajeto e no meu percurso; Falo de Remake construído editado a partir dos frames de Playtime (1967) de Jacques Tati.
Quero apenas desvendar algumas pistas e pontos de partida;
Nesta segunda parte não proponho uma revisitação mas sim como o nome indica um novo percurso. Promenade Architecturale é uma viagem que proponho por vários edifícios com uma mesma matriz, que me são peculiares; O unité d`habtitation de Marselha, desde sempre; mas acompanhado pelo “apartamento para um homem jovem” de 1935 apresentado pela primeira vez no Pavilhão de Bruxelas, projetado também por Le Corbusier e com a participação de Charlotte Perriand e René Herbst e o Playground equipment 1939 para Ala Moana Park em Honolulu, Havai, de Isamu Noguchi.
Suspender uma peça é a meu ver, sempre, um ato simbólico. Remete intuitivamente ao momento solene de hastear uma bandeira.
No espaço triângulo são convocadas e apresentadas uma série de peças. Muitos destes elementos são trazidos para o campo da escultura em que cada objeto reconfigura e contextualiza diferentes “formas” que estão integradas na arquitetura; como baixos relevos, pinturas murais, repuxos, bicas e espelhos de água, desenhos impressos no cimento, vitrais deslocados de lugar; assim como de componentes arquitectónicas ou objetos com um design particular que os preenchem ; como palas, quebra sol, rampas, escada, corrimão, candeeiros e outros gradeamentos metálicos.
Todos estes elementos e mais alguns são colocados em diálogo com o Bloco das Águas Livres da autoria de Bartolomeu Costa Cabral e de Nuno Teotónio Pereira e sua relação com a companhia de seguros Fidelidade.
A prática artística de Rodrigo Oliveira (Sintra, Portugal, 1978) recorre intencionalmente a uma multiplicidade de meios operativos e suportes materiais. O seu trabalho materializa-se de forma única e experimental em objetos que partem de uma lógica de improvisação, hábil e precária. Na sua trajetória recente são essenciais os processos e métodos de repetição, recolha e serialidade.
O artista aborda de modo singular uma intensa pesquisa que questiona as repercussões do “Tropicalismo Lusófono” na herança da arquitetura modernista e do legado da Arte Conceptual enquanto miscigenação na cultura contemporânea. O seu trabalho revela uma possível tradução da condição individual num mundo dominado pela diáspora dos modelos políticos, económicos, sociais e culturais.
Realizou a sua formação académica no Chelsea College of Arte & Design de Londres, na Faculdade de Belas Artes de Lisboa assim como o programa de estudos independente da Maumaus – Escola de Artes Visuais, em Lisboa. Foi Bolseiro da Fundation Botin em Santander, Espanha. Em 2010 e 2018 foi premiado pelo Concurso de Ateliês Municipais da Câmara Municipal de Lisboa.
Tem exposto seletivamente, com regularidade, nacional e Internacionalmente desde 2003. Encontra-se representado em várias coleções públicas, privadas e institucionais tanto em Portugal como no Estrangeiro.
Das suas exposições destacam-se; Plan Americain, Balcony gallery, Lisboa 2023;Sexo, Escondidas e uma parede, Galeria Filomena Soares, Lisboa (2019); Utopia/Distopia Part II _ MAAT Museu, Lisboa (2017); De lá Ville à lá Villa; Chandigarh Revisited, Le Corbusier Villa Savoye Poissy, Paris (2016); Utopia At Plateau And An Indian Brasília, Galeria Filomena Soares, Lisboa (2016); Projecto Parede (2013), MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; Coisas de Valor e o Valor das Coisas (2011), Cosmocopa – Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; A primeira pedra (e todas as outras mais) (2011), MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa; Ninguém podia dormir na rede porque a casa não tinha paredes (2010), Galeria Filomena Soares, Lisboa; Utopia na casa de cada um (2009), Centro das Artes Visuais, Coimbra, ResPública 1910 – 2010 face a face (2010), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; A Culpa Não É Minha (2010), Museu Berardo, Lisboa; Where are you From? Contemporary Portuguese Art (2008), Faulconer Gallery, Grinnel, Iowa, E.U.A.; Eurobuzz, Agorafolly – Europália European Festival (2007), Place de la Chapelle, Bruxelas; e There’s no place like home(2006), Homestead Gallery, Londres.
O seu trabalho encontra-se presente em algumas coleções públicas como: a Fundação EDP/ Colecção PCR, Portugal; MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa; Fundação PLMJ, Lisboa; Fundação Leal Rios, Lisboa; Coleção António Cachola, Elvas, Portugal; Coleção Norlinda e José Lima, Porto; Portugal; Coleção Figueiredo Ribeiro, Abrantes; e Peggy Guggenheim Museum, Veneza.