De 28 Maio até 02 Julho 2011
Albertina Sousa
dedentro
Exposições
Espaço Triângulo
Vem de dentro o que aqui se apresenta. De caixas fechadas, mas
transparentes. No seu interior estão superfícies de feltro onde linhas se estendem, tomando caminhos, lançando direcções, compondo estruturas. Desenhos que em si afirmam mais o espaço que não ocupam do que aquele que preenchem. Espaço vazio, revelação da natureza do que se dá de modo sucinto.
Caixas que guardam mas ao mesmo tempo mostram, não o que contêm mas antes a sugestão das possibilidades do que contêm. As tiras de feltro enroladas encerram em si traços e percursos. Para se darem a ver seria preciso tocá-las e movê-las. Desenrolar, fazê-las avançar. Sabemos que o feltro é maleável, apesar de se constituir por agregação de elementos.
A sugestão da mudança, da transformação, dá-se ao olhar mas não se permite efectivar. A contensão provocada pela inacessibilidade à matéria torna assim mais longo o movimento do pensamento que se detém sobre o que pode ser, sobre o que em potência se guarda. Há um rolo de feltro que se desenvolve em espaço aberto mostrando a totalidade do desenho que transporta. Tem também palavras em si inscritas que em tom de manifesto intersectam a curiosidade quase satisfeita do olhar, reclamando silêncio pela concentração no fazer. A atenção ao momento que antecede o que está para vir.
Marta Traquino,
25 de Maio de 2011.
ALBERTINA SOUSA nasceu no Funchal.
1985: Licenciatura em Pintura pela Faculdade de Belas Artes da Universidade Clássica de Lisboa.
1989: Curso de Gravura pelo Professor Bartolomeu dos Santos, Casa das Artes de Tavira.
Ex-Membro da Direcção da Sociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa.
Sócia da Galeria Diferença, Lisboa
1994: Bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian para "Investigação em Gravura".