A Galeria Diferença apresenta uma série de exposições individuais do artista Rodrigo Oliveira.
As duas primeiras, de quatro exposições contínuas, em cada um dos dois espaços da Galeria são intituladas de: Slogan e Architectural Promenade; Águas Livres e uns quantos Blocos Afluentes 1o Parte; no Espaço Quadrado e no Espaço Triângulo respetivamente.
Slogan é um projeção vídeo que parte de uma reinterpretação de duas obras incontornáveis e paradigmáticas do Pintor Almada Negreiros (que viveu por cima da Galeria), em “Espelho” uma da outra, onde o poeta e escritor Fernando Pessoa e todos os seus objetos foram retirados de cena dando ênfase apenas à passagem do tempo que fica circunscrito ao vibrante e intenso encarnado do espaço arquitectónico. O som presente em toda a peça é Moteto em Ré menor, 1967, de Gilberto Mendes (1922-2016) concebida a partir do poema concreto de Décio Pignatari (1927- 2012) Beba Coca Cola, 1957.
No Espaço Triângulo são convocadas e apresentadas uma série de esculturas que partem do vocabulário arquitectónico de diversos edifícios e complexos habitacionais. Esses elementos são trazidos para o campo da escultura em que cada peça reconfigura e contextualiza diferentes partes da arquitetura ou das chamadas artes aplicadas (na arquitetura) e são colocadas em diálogo com o Bloco das Águas Livres da autoria de Bartolomeu Costa Cabral e de Nuno Teotónio Pereira, este último um dos arquitetos encarregues do projeto da Galeria Diferença.
A prática artística de Rodrigo Oliveira (Sintra, Portugal, 1978) recorre intencionalmente a uma multiplicidade de meios operativos e suportes materiais. O seu trabalho materializa-se de forma única e experimental em objetos que partem de uma lógica de improvisação, hábil e precária. Na sua trajetória recente são essenciais os processos e métodos de repetição, recolha e serialidade.
O artista aborda de modo singular uma intensa pesquisa que questiona as repercussões do “Tropicalismo Lusófono” na herança da arquitetura modernista e do legado da Arte Conceptual enquanto miscigenação na cultura contemporânea. O seu trabalho revela uma possível tradução da condição individual num mundo dominado pela diáspora dos modelos políticos, económicos, sociais e culturais.
Realizou a sua formação académica no Chelsea College of Arte & Design de Londres, na Faculdade de Belas Artes de Lisboa assim como o programa de estudos independente da Maumaus – Escola de Artes Visuais, em Lisboa. Foi Bolseiro da Fundation Botin em Santander, Espanha. Em 2010 e 2018 foi premiado pelo Concurso de Ateliês Municipais da Câmara Municipal de Lisboa.
Tem exposto seletivamente, com regularidade, nacional e Internacionalmente desde 2003. Encontra-se representado em várias coleções públicas, privadas e institucionais tanto em Portugal como no Estrangeiro.
Das suas exposições destacam-se; Plan Americain, Balcony gallery, Lisboa 2023;Sexo, Escondidas e uma parede, Galeria Filomena Soares, Lisboa (2019); Utopia/Distopia Part II _ MAAT Museu, Lisboa (2017); De lá Ville à lá Villa; Chandigarh Revisited, Le Corbusier Villa Savoye Poissy, Paris (2016); Utopia At Plateau And An Indian Brasília, Galeria Filomena Soares, Lisboa (2016); Projecto Parede (2013), MAM – Museu de Arte Moderna de São Paulo, Brasil; Coisas de Valor e o Valor das Coisas (2011), Cosmocopa – Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, Brasil; A primeira pedra (e todas as outras mais) (2011), MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa; Ninguém podia dormir na rede porque a casa não tinha paredes (2010), Galeria Filomena Soares, Lisboa; Utopia na casa de cada um (2009), Centro das Artes Visuais, Coimbra, ResPública 1910 – 2010 face a face (2010), Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; A Culpa Não É Minha (2010), Museu Berardo, Lisboa; Where are you From? Contemporary Portuguese Art (2008), Faulconer Gallery, Grinnel, Iowa, E.U.A.; Eurobuzz, Agorafolly – Europália European Festival (2007), Place de la Chapelle, Bruxelas; e There’s no place like home(2006), Homestead Gallery, Londres.
O seu trabalho encontra-se presente em algumas coleções públicas como: a Fundação EDP/ Colecção PCR, Portugal; MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado, Lisboa; Fundação PLMJ, Lisboa; Fundação Leal Rios, Lisboa; Coleção António Cachola, Elvas, Portugal; Coleção Norlinda e José Lima, Porto; Portugal; Coleção Figueiredo Ribeiro, Abrantes; e Peggy Guggenheim Museum, Veneza.